Centros de Lançamento de Alcântara e da Barreira do Inferno
Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)
A impossibilidade de expansão do Centro de Lançamento da Barreira do
Inferno (CLBI), em função do processo de nucleação urbana, foi um dos
fatores que levou à realização de estudos para definição de um local mais
adequado para a concretização de mais um espaçoporto.
Após criteriosa análise, foi definida uma área na península de Alcântara,
no Maranhão, para abrigar o centro de lançamento. Esta região
apresenta alguns requisitos relevantes, como baixa densidade
populacional, excelentes condições de segurança e facilidade de
acesso aéreo e marítimo. E, o mais importante, está a exatamente 2º 18' S
do Equador. Esta posição privilegiada possibilita aproveitar o máximo da
rotação da Terra para impulsionar os lançamentos visando órbitas
equatoriais, bem como apresenta litoral favorável a lançamentos polares.
Isto permite grande economia de combustível e, portanto, o lançamento de
satélites mais pesados com a mesma quantidade de combustível. Estima-se
uma vantagem de 13 a 31% em relação a bases como Cabo Canaveral (Estados
Unidos) ou Baikonur (Casaquistão).
Construído na década de 80, o Centro de Lançamento de Alcântara
(CLA), do Comando da Aeronáutica, ocupa uma área de 620 quilômetros
quadrados e já está operacional para atender à demanda interna e
externa de foguetes de sondagem e do VLS-1. Entre as principais
instalações disponíveis no Centro, estão: prédio de "operações
perigosas", destinado à preparação para vôo, tanto de sistemas de
veículos como de satélites; sistema de previsão e monitorização
das condições meteorológicas e estação para comunicação via satélite.
Tendo em vista as possibilidades de comercialização do Centro, a
Infraero foi designada como responsável pela administração das áreas
do CLA destinadas à implantação de sítios de lançamento de veículos
estrangeiros.
Desde a primeira operação de lançamento realizada no CLA, em
dezembro de 1989, foram lançados mais de duas centenas de foguetes
de sondagem.
Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI)
O início das atividades do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno
(CLBI), em dezembro de 1965, ocorreu com o lançamento de um foguete de
sondagem de fabricação norte-americana - Nike Apache. A seleção para
localização deste Centro, subordinado ao Departamento de Pesquisas e
Desenvolvimento (DEPED) do Comando da Aeronáutica, seguiu requisitos como
proximidade com o equador magnético, suporte logístico já existente, baixo
índice pluviométrico, grande área de impacto (oceano); e condições de
ventos predominantemente favoráveis. Após pesquisa criteriosa, foi
escolhida uma área vizinha a Ponta Negra (RN), denominada Barreira do
Inferno, assim chamada devido às suas falésias avermelhadas.
O CLBI atua no segmento de lançamento de foguetes de sondagem e
rastreio de engenhos espaciais. O Centro já realizou cerca de 400
lançamentos, desde os pequenos foguetes de sondagem meteorológica do
tipo Loki, até veículos de alta performance da classe
Castor-Lance, de quatro estágios. Dois experimentos envolvendo
o INPE, a NASA e o CLBI merecem destaque: 1) Projeto Exametnet,
para estudos da atmosfera em altitudes de 30 e 60 km, quando foram
realizadas 88 operações entre 1966 e 1978, totalizando 207 lançamentos;
e 2) o projeto Ozônio, para estudar a camada de ozônio, com um
total de 81 lançamentos representando 16 operações entre 1978 e 1990.
No que se refere a lançamentos orbitais, em particular equatoriais,
o CLBI presta serviços de rastreio e de segurança de veículos
satelitizadores lançados do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Uma outra ação desenvolvida no Centro e que merece destaque é a
intensa cooperação com a Agência Espacial Européia (ESA), através da
atividade de rastreamento do veículo Ariane, desde o seu vôo
inaugural.
*Textos extraídos de
http://www.agespacial.gov.br/centrolanc.htm.
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